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e v o l u ç ã o h i s t ó r i c a d a t a p a d a d a a j u d a
Em Lisboa existem inúmeros locais que designamos de espaços verdes, termo que se refere de um modo geral aos espaços urbanos, onde a presença de espécies vegetais é o factor preponderante e que têm como objectivos principais a preservação da qualidade do ar e a constituição de áreas lazer e convívio. E é possível observar na cidade a existência de parques, tapadas, matas, quintas, jardins, e ainda árvores espalhadas pelas ruas e outros recantos. “Ao contrário de França e Itália, em Portugal existem tapadas ou «enclosures» relativamente grandes, verdes, encerradas entre muros, situadas perto das cidades e utilizadas para o recreio da aristocracia.(…) As tapadas eram protegidas do constante aumento das terras agrícolas e do fogo, tornando-se, por vezes, um oásis numa paisagem degradada (Monteiro, s/ data). Em Lisboa existem duas, a Tapada da Ajuda e a Tapada das Necessidades. Mas como resultado do crescimento urbano, já não se encontram na periferia, mas quase no centro da cidade.
A Tapada da Ajuda desenvolve-se em redor do extremo sul da cumeada nascente do vale de Alcântara, sendo envolvida a Norte pelo Parque Florestal de Monsanto e a Sul pelo Bairro de Sto. Amaro e Alcântara. A poente faz fronteira com o Alto da Ajuda, nomeadamente com a Faculdade de Arquitectura (UTL) e as novas instalações da Faculdade de Veterinária, com o Bairro 1º de Maio e o tecido urbano do Rio Seco. A nascente é limitada pelo Bairro do Alvito, pela zona desordenada das pedreiras e pelo campo desportivo conhecido por Tapadinha, e pelos acessos à ponte 25 de Abril. Em certos pontos mais elevados, ultrapassado o nível das copas, a paisagem vê-se em toda a sua extensão e sem descontinuidade: o imponente estuário do Tejo, o definido contorno das serranias da «outra Banda», desde Cacilhas a S. Julião da Barra, tendo como fundo os “majestosos” maciços de Palmela e da Arrábida. Para Poente, Norte e Nascente, o Parque de Monsanto, e a “cidade em anfiteatro, coroada ao longe pelo Castelo, pela Graça, pela Penha de França” e os vultos dos mais altos edifícios de Lisboa, destacando-se do casario lá em baixo. Como o Prof. Silva Rosa (1942) já salientava: “Não se encontra melhor dentro de Lisboa, e cidades europeias que possuam semelhantes vistas, poucas haverá.”
A Tapada como “Parque Municipal” devido ao excelente nível da vegetação (multiplicidade de biótopos, estrato arbóreo e arbustivo abundantes) e à presença de frequentes espaços de recreio (alguns espaços relvados e lagos), e ainda pelas suas características agrícolas (presença de hortas, zonas abertas cultivadas com cereais e vinhas), com «campos de observação» e «campos de experiência», é um espaço único dentro da densa malha urbana de Lisboa. “(…) Pelo que a antiga Tapada Real se pode considerar actualmente um verdadeiro «Parque Botânico»”. Por outro lado, o facto da Tapada ser confluente com o Parque Florestal de Monsanto associado aos anteriores factores, deverão ser os responsáveis pela grande diversidade faunística detectada (C.M.L.,1997). Do portão principal na Calçada da Tapada ao do Casalinho, no extremo NO, são cerca de 1,5 km. É atravessada por estradas asfaltadas que a dividem em várias parcelas agrícolas e florestais bem compartimentadas. Existem, igualmente, pomares, olivais, vinhas, matas e jardins. Existem no meio do Parque alguns jardins, tendo em vista não só o elemento de beleza que sempre constituem, mas também a ideia de criar no Instituto Superior de Agronomia “outros núcleos de jardim diferentes do Jardim Botânico, que permitem o ensino de pessoal técnico superior e de jardineiros.” (CABRAL, 1936). . . . Tapada da Ajuda . Instituto Superior de Agronomia . |
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